19 March, 2013
A China, a Índia e a luta pela água!
Partilha de água entre China e Índia: China quer poder económico, Índia quer sobrevivência.
Uma única preocupação é partilhada por China e Índia: a forma como se pode gerir a água de um dos maiores rios do mundo, o rio Yarlung-Zangbo-Brahmaputra. À partida, este enigma poderia estar resolvido, não tivessem estes dois países asiáticos outros sérios problemas que lhes causam dificuldades de relacionamento. Tal como, em 1960, os rivais Índia e Paquistão chegaram a acordo para partilha de água, assinando o Tratado Indus Waters após incentivo do Banco Mundial, chegou a altura de China e Índia fazerem as pazes para bem dos seus agricultores e consumidores de água.
Há interesses de ambos os países em jogo e conhecemos os protagonistas. A China quer construir barragens e se, nalguns casos, não passam de projetos, noutros já estão a ser postos em prática. Através da construção de barragens na parte do rio que pertence à China o problema não vai ser resolvido, muito pelo contrário. O rio vai continuar a ter impactos positivos insignificantes e mais de 150 milhões de pessoas, a viver no leste da Índia e no Bangladesh, podem ser afetadas.
São sete os rios que sustentam o potencial de conflito entre a China e a Índia: Indo, Ganges, Bramaputra, Salween, Yangzi, Amarelo e Mekong. E são todos importantes rios para a população crescente dos dois países que têm cada vez mais problemas com a agricultura, alimentação, qualidade da água e energia hidroelétrica. A construção das barragens por parte da China, com o objetivo de gerar energia, tem obrigado ao realojamento de 1,3 milhões de pessoas que corriam perigo de ser desalojadas por inundações.
Mapa onde se veem os diversos rios que “unem” China e índia, entre os quais o Yarlung-Zangbo-Brahmaputra.
Quanto ao impacto ambiental destas transformações humanas, ainda não há certezas. Neste momento a China está também a promover um projeto de desvio de água no sentido sul-norte e que vai ter consequências nos rios Yangzi e Amarelo, dois dos mais importantes do país, e nos afluentes e canais como o Huai e Hai. Estes planos estão a animar a economia chinesa e é um dos maiores projetos de engenharia civil de todo o mundo.
Há nove anos que os projetos começaram a ser postos em prática na rota central dos rios. Depois de concluído, o desvio de 1267 quilómetros vai levar água desde um reservatório do rio Han até Pequim, passando por canais de Henan e nas províncias de Hebei. Para Li Keqiang, vice Primeiro-Ministro da China, o desvio no sentido sul-norte é “essencial” para acabar com a seca e potenciar o desenvolvimento económido do norte do país. E, para já, a China tem sido mais rápida que a Índia na conclusão dos seus projetos e o pesadelo para a população indiana pode apenas estar prestes a começar. A necessidade de um tratado para uma boa gestão dos recursos hídricos entre os dois países é, por isso, mais que urgente.
Fonte: http://www.e-clique.com
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